A bancada do PT anunciou na manhã de terça-feira (16) que irá realizar uma manobra contra a sessão de votação de requerimentos da CPI da Petrobras da última quinta-feira (11), que incluiu a convocação do diretor-presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto. Segundo o deputado Leo Brito (PT-AC), os parlamentares irão entrar com um recurso no plenário da Câmara dos Deputados.
— Vamos entrar, sim, com o recurso por conta da violação do regimento interno da Casa.
O Instituto Lula recebeu doações milionárias de empresas que são investigadas pelo esquema de corrupção identificado na Lava Jato e realizaram obras durante sua gestão como presidente. A Camargo Corrêa, por exemplo, teria doado R$ 4,5 milhões ao instituto. A empresa chegou a pagar mais de R$ 800 mil por duas palestras do ex-presidente.
Os petistas compareceram em peso à sessão da CPI da Petrobras desta terça-feira, após bronca do ex-presidente Lula. A intenção era obstruir a sessão. Para isso, os deputados pediram a leitura da ata da última reunião — ato que geralmente é dispensado para agilizar os trabalhos.
Lula passou um pito em dirigentes e deputados do PT na semana passada e telefonou para o vice-presidente Michel Temer para se queixar do comportamento da bancada do PMDB. O motivo do mal-estar foi a aprovação, na quinta-feira, 11, da convocação de Paulo Okamotto, diretor-presidente do Instituto Lula, pela CPI.
Vocês não podem deixar o PT levar essa bola nas costas”, disse Lula, em conversa reservada com petistas, no segundo dia do 5º Congresso nacional do PT, em Salvador. O ex-presidente disse que a situação era inadmissível e que os petistas estavam sendo “emparedados” na comissão.
Obstrução
A bancada do PT anunciou que pedirá os horários da votação da última sessão da comissão, ocorrida no dia 11, para confrontar com o início de suspensão da ordem do dia na última quinta-feira. Foi nessa brecha de 13 minutos que 140 requerimentos foram aprovados, alegam os petistas.
O presidente da CPI, o deputado Hugo Motta (PMDB-PB), disse que Okamotto foi convocado porque o Instituto recebeu recursos de empresas envolvidas na Operação Lava Jato.
— Tenho certeza que fomos justos na última quinta-feira.
Motta lembrou que o pedido de suspensão da ordem do dia foi da deputada Moema Gramacho (PT-BA), e não dos líderes da CPI.
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