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“Estou sem tempo”

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Por Diego Nascimento
Quem já não disse ou ouviu essa famosa frase: “Estou sem tempo.” Creio que 99,9% da população mundial já teve a chance de praticar essa expressão. Às vezes sinto que 24 horas não são suficientes para tantas tarefas diárias (e você balançou a cabeça concordando comigo rs…).Quero deixar claro que em nosso diálogo de hoje não irei recriminar sua falta de espaço na agenda, pelo contrário: faço o convite para avaliarmos se, de fato, os preciosos minutos do relógio têm sido aproveitados de maneira inteligente.
Recentemente tive a oportunidade de dialogar com um grupo de jovens. Fiquei espantando de como a futilidade consome uma fatia considerável do dia de cada um deles. Começaram a reclamar sobre a falta de oportunidades no mercado de trabalho. Iniciamos um debate e registrarei a seguir as conclusões dessa jornada:
Afirmam “Estar sem tempo” para dedicar aos estudos quando, de maneira involuntária ou proposital, desperdiçam várias horas deslizando o dedo na tela de um celular para dar gargalhadas de postagens em redes sociais sem conteúdo e que chegam ao limite do ridículo;
Afirmam “Estar sem tempo” para melhorar o vocabulário e a escrita por meio da leitura, quando têm total disponibilidade para avançar a noite em meio ao carvão, churrasco e cerveja. Não conseguem enxergar valor, por exemplo, na aquisição de um livro que, em média, custa menos de 40% menos dos itens que citei agora pouco;
Relataram “Estar sem tempo” para buscar informações sobre o que acontece no Brasil e no mundo quando, no final do dia, são capazes de citar todos os detalhes de novelas e intimidades de participantes de reality shows que são um verdadeiro desserviço para a sociedade.
A lista é grande e não vou tomar ainda mais o seu TEMPO. Afinal de contas isso é assunto em todas as famílias e uma preocupação entre pais, educadores e empresários. Há uma geração quem tem se deixado levar pelo relativismo, ou seja: “Tudo é normal. Relaxa, é assim mesmo”. Como profissional da Comunicação e Educação preocupo com os índices de qualidade na prestação de serviços e nas diversas áreas que movimentam a economia do Brasil e o nosso bolso.
Certa vez alguém me disse: “A culpa é da televisão, da internet.” Lamento dizer, mas essas duas personagens não podem ser réus sozinhas nesse julgamento diário. O problema não é o monitor de TV, tablet, telefone ou laptop: se avaliarmos com cuidado a falha está no usuário, em que está atrás desses equipamentos. Temos discernimento entre o certo e o errado e mesmo assim ainda tem gente que opta em andar por uma rua sem saída, simplesmente por uma felicidade momentânea e artificial.
Encerro fazendo um pedido: junte-se ao movimento daqueles que, de alguma forma, nadam contra essa maré de “Tudo normal” que agita nossa sociedade. Não há nada de errado em descansar, sair, curtir a vida e interagir com os amigos e familiares por meio da internet. Apenas precisamos saber os limites e viver o que é sadio. No final das contas os grandes beneficiados serão você e eu! Pode ter certeza que o mercado de trabalho vai agradecer, e muito!