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Em briga de pai e mãe não se mete a colher?

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É comum e até saudável as discussões entre o casal, afinal quem se importa de verdade com o outro vai lá questionar as indiferenças, as diferenças e até mesmo se incomodar com algum erro cometido pelo companheiro. Mas a verdade é que quando existem filhos na família, a tensão e a responsabilidade do casal só aumenta. Antes o que era decidido para dois, agora é decidido para três e as brigas causadas pela falta de ajuda, pelo estresse paterno e materno, pelo distanciamento do casal (muitas vezes comuns, outras vezes nem tanto), falta de atenção, mudanças de prioridade e afins, mudam completamente o relacionamento a dois. A solução parece simples, mas você está no auge do estresse na vida pessoal, profissional, materna, financeira e não consegue conter as tantas discussões com o seu marido e fazer ouvido de mercador? Então, esse post é para você e para mim, que depois de um período conturbado e estressante me vi discutindo sobre tudo na frente da inocente filha…
BRIGA PERTO DOS FILHOS
Imagem meramente ilustrativa
Porque não brigar na frente do seu filho?
Com assunto sério não se brinca, por isso hoje nós vamos direto ao ponto! A seguir, listamos os principais motivos que vão te fazer repensar sobre as discussões com o maridão na frente do filhão. Vamos nessa?
1- Crianças são egocentricas
Até os seus 5 anos, as crianças (por mais quietas e caladas que sejam) acreditam que tudo que acontece na sua casa e no mundo que a rodeia, por sua causa. É o famoso “o mundo gira em torno do meu umbigo”, mas não estranhe esse é um comportamento próprio da infância. É muito comum as crianças de pais separados se culparem pela separação e pelas brigas do casal ou ex casal.
2- Criança não entende ironia
Agora vocês estão sorrindo, trocando farpas de maneira discreta, inteligente e pronto! bastou um perder a paciência e proferir o primeiro insulto que a criança, mera expectadora, não entende absolutamente nada do que está acontecendo ali. Como podem estarem rindo há pouco e gritando agora? Confusão mental na certa.
3- Crianças precisam de segurança
Os pais (parentes próximos) são o alicerce mental e psicológico da criança. Como já foi dito por aqui no post sobre complexode édipo e um chororô sem fim, a infância é um período de formação da auto-estima, ou seja, à medida que as crianças se identificam com seus pais, parentes, e posteriormente, pessoas próximas de forma positiva, está será uma criança com uma imagem de si mesmo positiva. Por outro lado, auto-imagens negativas costumam ser fruto de famílias complicadas, onde o relacionamento entre seus membros seja problemático.
4- Crianças criam a sua imagem de acordo com o relacionamento dos seus pais 
Todo mundo conhece aquele adulto que cometeu os mesmos erros que um de seus pais e manteve intacta a tradição (sempre péssima por sinal) familiar: seja ser mãe solteira, namorar com pessoas dominadoras que nem os seus pais… e assim por diante, certo? Eu sou uma prova viva de como pendemos às repetições familiares e muitas vezes temos que quebrar a cara para aprender o caminho certo a trilhar, mas tudo isso está diretamente ligado àquilo que vivenciamos na nossa infância. Em outras palavras, já dizia a cantora Elis Regina: somos como os nossos pais. Será que você está sendo aquilo que você deseja que o seu filho seja? Já me vi repetindo e repetindo palavras que tinha horror quando eram proferidas pela boca da minha matriarca, mas precisamos nos policiar e compreender que agora é a nossa vez de fazer diferente!
5 – Ambiente hostil gera um futuro adulto hostil
Se existe uma certeza na vida é de que os nossos filhos terão relacionamentos do jeitinho familiar de ser e se comportarão com os seus maridos e esposas da mesma forma que nós nos comportamos hoje com os nossos maridos e esposas. O seu filho será um bom marido? A sua filha será uma boa esposa? Leve isso para a sua vida como um mantra e busque, junto com o seu marido, uma história feliz.
7 – Compreenda: seu filho não precisa saber que faltou pão, gás, água, dinheiro, luz…
Os motivos de discussão e briga conjugal devem pouco importar para uma criança, independente da idade. Faltou algo? Conversem entre si e não envolvam as crianças na discussão, afinal se está faltando água, luz, dinheiro, comida, roupa limpa… eles serão os últimos seres na humanidade a mudar qualquer que seja a situação.
Seu filho pode estar sofrendo e você nem reparou
As brigas andam acontecendo constantemente e só agora você reparou que o seu filho está com o sono alterado, menos apetite (ou mais), anda bastante inquieto ou quieto e de fato, houve uma mudança de comportamento perceptível na sua criança? Acredite! as brigas podem sim estar afetando o comportamento do seu filho.
Eu sei o quanto é difícil conter os nervos em um dia de estresse, muitas vezes (na maioria das vezes) a causa passa longe de ser a casa, os filhos ou até o próprio marido, mas como estamos sempre cheias de tarefas, invariavelmente algo deixará de ser cumprido por falta de tempo ou pela simples mudança de prioridade. Brigar é normal, mas de forma saudável, de preferência. É importante não brigar na companhia das crianças ou aguardar um momento a dois para apimentar a discussão. Mas pense: pelo bem do seu filho, sempre vale a pena adiar uma boa briga e deixar para depois as palavras nem sempre doces proferidas a dois.
Se vale a pena um recadinho de uma recém (apenas 1 ano e 3 meses) casada, que já chegou ao mundo do matrimônio munida de um pacotinho extra e muita força de vontade para fazer tudo dar extremamente certo, aí vai: as brigas vão acontecer, mas não durma com raiva, não deixe para lá, não tire por menos aquilo que te deixa angustiada. Muitas vezes, o seu marido só precisa escutar (de preferência de uma forma mansa) aquilo que você tem a dizer para compreender que vocês podem juntos fazer mais do que fazem por vocês e pelos seus filhos. A decisão de ter uma família é a mais importante da vida de uma pessoa, mas a decisão de mantê-la é em si a mais desafiadora.
Estamos de acordo? Nada mais de briga na frente das crianças e vamos contar até 1000… quando os nervos ficarem à flor da pele!
Beijos,
Nanda
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