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Crítica: Minions

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Por Felipe Fasanella

A fundação da Illumination Entertainment em 2007 e o lançamento do bem sucedido Meu Malvado Favorito inseriram um novo jogador no mercado de animações gráficas, até então quase completamente dominado por Disney/Pixar e sua maior concorrente DreamWorks Animation, com raras exceções. O filme agradou ao grande público, mesmo com animação mais simplista e trama consideravelmente mais infantil do que os líderes de mercado. A história original e razoavelmente bem desenvolvida, aliada a alívios cômicos presentes de maneira recorrente tornaram o filme um sucesso instantâneo. Todos aguardaram ansiosos para conferir qual ideia original o estúdio novato traria as telas a seguir, porém tal ideia não ocorreu. Após dois filmes largamente mal recebidos (Hop e Lorax) o estúdio passou a depender completamente de explorar o seu único produto de sucesso, com uma sequência (Meu Malvado Favorito 2) e um filme derivado, que será aqui abordado.

Film Title: Minions

Gostaria já de expor abertamente que achei os minions interessantes como alívio cômico no primeiro lançamento, tendo em vista que o foco da narrativa é na relação entre as meninas e Gru, por mais batida que a história do malvado que tem que tomar conta de crianças seja. O segundo abusou um pouco do recurso, e a trama mais fraca e caótica não conseguiu manter o nível do primeiro.
Com Minions o conceito de alívio cômico é completamente exarcebado, sendo que a trama é quase inexistente. O filme tem início com uma explicação rasa sobre a razão dos minions sempre seguirem o maior dos vilões. Como a linguagem deles não é compreensível, uma narração monótona é necessária, para conseguir manter o espectador a par do que está acontecendo. Está mais para uma tradução simultânea do que uma narração, o que se torna irritante após apenas alguns minutos. Após essa breve introdução, 3 minions embarcam em uma viagem para Nova York, abordando todos os grandes clichês de filmes infantis, enquanto procuram por um novo malvado para seguirem. Após o destino mais comum em filmes, os minions ingressam em uma nova jornada para o segundo destino mais comum e repleto de clichês, Londres.

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Poucos momentos funcionam satisfatoriamente, e mesmo estes que funcionam são tão repetidos posteriormente que são anulados pela falta de criatividade do roteiro. Perdi a conta após algum tempo, porém existem mais de 15 momentos no filme em que os minions simplesmente gritam a palavra “banana” sem qualquer motivo aparente. Pode ser divertido para crianças uma vez, porém duvido que qualquer pessoa tenha esboçado um sorriso após a décima.
A animação gráfica é bastante fraca se comparada aos clássicos da Pixar, o que explica o custo das produções serem bem diferentes. A qualidade gráfica nem seria um problema tão grande se o design dos locais e personagens fosse um pouco mais bem elaborado. Alguns chegam a ser vergonhosos. A principal vilã do filme, com voz de Sandra Bullock é pessimamente desenvolvida, além da escolha da atriz para o papel não fazer o menor sentido, exceto poder usar o nome da mesma nos cartazes da atração. O jeito que sua personagem é desenhada é simplesmente absurdo e sem sentido.

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Apesar de tudo isso, o desenho pode atrair as crianças de idade reduzida, pelo fato de ser bem colorido, não ter muita história e nem nexo, e poucos diálogos, lembrando em diversos momentos um número dos três patetas. Porém, se você tem algum discernimento crítico e não tem filhos jovens para acompanhá-lo, o filme não trará nenhuma novidade e muito pouco divertimento.
Eu vejo da seguinte forma. Um filme bom te diverte, te faz rir, desperta emoções, te trás algo novo e desconhecido de uma maneira agradável, seja de forma artística ou mais simplista. O cinema é um meio e não um fim, portanto, não importa a soma dos fatores e sim o resultado final. Infelizmente este filme não me trouxe nenhuma dessas sensações, e foi sinceramente uma das piores experiências que tive com filmes este ano.

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